quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Como o Arquiteto Deve Projetar a Nossa Casa

Sendo simples nunca deve ser feita apenas de pedras, tijolos, cimento e cal. Tem dois jeitos de se construir uma casa. Uma casa pros outros, uma casa pra gente. Eu quero construir uma casa pra gente. Casa moldura, casa ninho, casa paisagem, casa feita com pedaços do que se ama, de infância, amigos, cantigas, saudades, presenças, esperas, casa resumo.
Sabe, o universo isolado, a ilha, a proteção. Onde tudo é plantado com recado e endereço. A janela, a porta, o chão, o espaço, o teto, o vão, o degrau e o lugar para a viola, para olhar a árvore, o céu, para meditação, para reinvenção  do mundo...a casa deve ser o lugar para brigar com a consciência, para se viver mil anos, para não morrer nunca.
Tenho três mil livros e todos os dramas dos tempos, é preciso um canto para eles, tenho mil obras para serem feitas, mil viagens por fazer, e tenho alguns amigos e é preciso um lugar para todos.
Mas do tamanho dos olhos nunca maior, a casa deve inspirar todas as coisas que a gente aprendeu a colecionar. Por isso não quero uma casa de pedra, cal e cimento,  quero uma casa de espaços mágicos, uma casa de pequenos valores humanos.
Quero construir um lar para todas as coisas que construí: pai, mãe, mulher amada, filhos, netos, pássaros no pátio, poemas nas páginas, espantos, sol, chuva, tempestades e sorrisos, lembranças e deslembranças e flores, a casa tem de ser ingênua, igual da serra, com seu céu, seu encanto, com palmeiras e sabiás...O terreno tem setecentos metros, mas quero por nele todos os encantos, tantos verdes, e coloridos horizontes tantos quanto possam caber. Quanto aos cômodos tem de ser todos precisos no tamanho e no jeito de ser.
A frente romântica e feminina; a garagem camuflada; a entrada que não judie do resto, que tenha rima, em linha, que seja um convite, bonita de se olhar, fácil de se abrir, o portão e a porta podem ringir ou cantar,  mas que seja ameno...; a sala de estar imensa, a lareira não deverá ser muito grande para não agredir demais, não queimar demais e nem de menos; todas as portas devem dar para uma varanda, uma passarela ou um mirante, para ver o jardim o paraíso, a frente, sentir o perfume, um olhinho d'água se der para por no meio das folhagens, um monjolo, umas peças antigas para compor a nostalgia do ambiente; a sala de jantar do tamanho que for preciso, onde poderemos tomar o vinho; a cozinha deverá ser um laboratório, já que teremos um fogão a lenha também; o quarto despretensioso, as edículas em volta não deverão ser nem cárcere nem convés de galera.
Sabem: quero construir uma casa para gente.
Que nunca possa parecer grã-fina nem pretensiosa.
Mas que tenha tudo isso que foi dito.
E muita simplicidade em todos os ângulos, imaginação, alma e um sotaque só dela, de ser casa e de ser lar.
Amor.
É isso, amor em tudo. Até na campainha, até no muro da divisa, no olhar a mariposa se debatendo na vidraça ensombrada.
E o importante: que custe apenas o que se pode pagar.

adaptado de um texto de autoria de Zaé Júnior,escritor, jornalista, etc.  com vossa permissão...


quinta-feira, 23 de julho de 2015

Amistad

É como construir hoje uma pirâmide no Egito fazer um novo amigo, cultivar uma flor é mais fácil, porque a flor apenas se exibe, exala seus feromônios que a alguns deixa cheirando por todos os lados. Brincadeiras à parte, quero fazer uma lembrança a algumas pessoas que diminuíram as diferenças entre os fronteiriços argentino/uruguayos/paraguayos/brasileiros, entre eles é lógico citarei alguns com os quais convivi e conheci seus ideais de fraternidade entre os povos, literatos e semi-alfabetizados todos, empresários, curas, padres, prelados, pedreiros livres, artesãos, ferreiros, carpinteiros...
Justo Alex, Amauri Batista, que com sua típica simplicidade conseguiu erigir o Dia Internacional de Amigos, colocando gente pelas janelas nas duas noites de festividades com os representantes dos países "hermãos", shows de músicas, de danças de apresentações, trocas de regalos, homenagens e muitos abraços fraternos... isso existe é vero!
Constantin WEREMCHUK que aportou em Bonaires aos dezesseis anos de idade, veio do leste europeu, lá do pais frio, e fez uma incrível história. Relacionou-se com os maiores empresários de tecidos do Brasil, comprou e vendeu, experimentou toda sorte de negócios e deixou um legado internacional visível, palpável, a tal ponto que alguns anos fui a San Thomé na Republica Argentina e traçando um diálogo com um cidadão que fazia  uns quitutes e os vendia na rua, uns assadinhos de carne... perguntei-lhe: vos conheço de algum lugar! Puede, sí porque no? Da onde você é? falei, expliquei, pois é o mundico que hubicamos é mui chico, fui gendarme e percorri miles de quilômetros até El Soberbio,  conheci sua cidade e meu amigo Weremchuk, quase cai desmaiado. Pode isso?   noutro Pais encontro uma pedra quase polida que brilhou numa constelação chamada hoje de "amizade"...
Quissini doutro lado do Porto Grossman, plantador de té, erva mate, extrator e exportador de madeiras, tudo ia pelo rio para embarque em Bonaires aos navios europeus... Antenor de BOER, que foi intendente de Obera, um dos melhores e mais sadios discursos que até hoje ouvi, na inauguração de uma Ruta (rodovia federal) que vai até a Foz do Iguaçu, presenteou-me com várias obras sobre o Peronismo...
Tivemos muitos próceres que aqui aportarem, alguns anônimos como Oskar DEPETRIS, hoje em Bonaires, em função importante...faziam obras nos bastidores porque lá e cá havia ditadura, mas no crucial da época fomos até Leandro Nicéfaro ALLEN participar de uma Olimpíada de Estudantes Secundários, desfilamos na Avenida, no dia pátrio, com nosso estandarte o qual tive o prazer de ombrear, Juliana de Paula com a bandeira da nossa Escola e Martha HAPPER com a Bandeira da Pátria Argentina...os frutos desses relacionamentos  ficaram maduros, e por fim o Mercosul foi inventado nas regiões missioneiras, dos quatro países, onde tivemos e ainda temos relacionamentos profundos como o nosso Regimento San Martin, em homenagem - uma troca de experiências - entre os exércitos de ambas pátrias... Oportunamente se lembrar vou contar umas outras pequenas histórias de gente famosa que aqui habitou, fugiam das guerras? Vieram espionar? Vieram ajudar ou se esconder?
Vejam uma postagem que fiz sobre o Saint Clair...o homem misterioso.

domingo, 28 de junho de 2015

14 de abril de 1997.

Mansidão da sombra,
alma em trânsito,
perspectiva de longa viagem,
o coração está em paz.
Diálogo com o silêncio.
Inefável o fim desta manhã,
aqui está o infinito,
vasta memória.
O sofrimento é passado,
mas tudo importa!

Luís Carlos de Arapey


"Para Anatolio e Familia com abraço fraterno 
do velho amigo Luís".

Despediu-se o amigo dia 12 de junho, 
tendo cumprido 
sua missão neste plano terreno
certamente juntou-se a mentes
desejosas de mais progresso.
A sua cadeira ficou vazia mas
impregnada de boas vibrações...
Escreveu muito, leu muito, 
poetizou muito,
várias vezes esteve em
Santa Rosa, Pratos, Tucunduva,
Não mediu esforços para
manter de pé a amizade que
construiu desde a juventude
com Clement e Zina, companheiros
inseparáveis.
Não foi adepto das homenagens
públicas mas deixou um legado
forte de suas convicções...

sexta-feira, 26 de junho de 2015

FACAS COQUEIRO E ESTRELA

Fabricadas originalmente pela firma SCHOLBERG & COMPª. de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil!
As marcas de facas e outros eram marcas registradas legalmente, ou seja: Coqueiro e Estrella, esta de cinco pontas. O coqueiro de sua marca possui doze palmas, dois cachos de côco e a relva, chão com gramas e a estrella de cinco pontas com metade em preto e outra em branco.
Fabricavam armas, metais finos, talheres e cutelaria fina, apetrechos de caça, munições, artigos de cristais. etc. 
A Scholberg & Cº. foi fundada em 1854, sob a firma de Viúva Laport & C. a que sucederam as de Alexandre GADET, (que fazia parte da primeira) e Scholberg & Gadet, até 1882; daí a 1894, a de Scholberg, Jouclá & Silva; daí a 1907 a de Scholberg & Jouclá.
Até inicio do sec. passado de 1907 em diante eram três os sócios da firma: Eugênio BELMONDY. João H. JACOTET e Madame Clementine Sneyders SCHOLBERG.
Imaginemos, 108 anos se passaram e essa marca continua fazendo colecionadores babarem de vontade de possuir uma original...
Mas também temos grosseiras imitações circulando pelo mercado, quem não conhece direito ou não sabe embarca literalmente em uma canoa furada!
Argolas, peças ricamente trabalhadas, enfeites de montaria, peiteiras, capa de selim, sapatos de metal branco para senhoras, peças extraordinariamente elaboradas, só conheço um plateiro na Argentina, em Bonaires, que produz preciosidades.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Canalhas

São tipo cebola, 
Você tira a casquinha marrom
Tem outra parte canalha
Tem mais uma também canalha
Vai tirando mais e continua
Sendo canalha...
Depois de tirar muitas partes
Sobra o miolo da cebola
Canalha também, que
Pode ser chamado também
De biltre, de patife, comum
Nos filmes de far west 
Americano...enfim
Temos consolidado um
Novo tipo de homem, que 
Se reproduz com 
Tanta facilidade que
Podemos incluí-lo no 
Rol dos animais a serem 
Profundamente estudados!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

SEGUNDO LIVRO

Já, felizmente, recebi inúmeros pedidos e sugestões, de amigos leitores, da minha grande companheira e esposa Solange pelo que tenho escrito e relatado assuntos,  romanceado algumas
histórias regionais e de fatos críveis, estou começando a ficar incomodado com essa idéia e de repente vou prá rua com esse projeto.. 
Fato sui generis foi o do Prof. Del Olmo, causídico e professor com doutorado em direito internacional: cliente da gráfica, casualmente,  deu uma lida no "rascunho da bíblia" puxou o bloco de cheques e
deixou pago 15 exemplares, sem que soubesse do evento. Cada lugar em que palestrou, deixou
uma semente, em cada lugar o mestre por tradição deve deixar uma obra para o acervo da
biblioteca da entidade promotora. Manaus, Bolívia, Rio, Brasília, etc. tem uma marquinha do
Reflexos....que lindo isso!
Mas no entanto, enquanto isso não ocorre, humildemente vos peço para lerem o que escrevo
e eventualmente tecerem comentários, críticas, quem escreve precisa disso...vocês sabem!
Se quiserem dar uma carimbada podem me seguir, se não se sentirem desprestigiados, fato este
que se concretizado me deixará com mais amigos no embornal das boas lembranças...


Andrei - Escola São Francisco de Assis

presente inusitado

Há alguns anos fui convocado para fazer um curso de altos estudos financeiros, o que é dinheiro, o que existe por trás desse tipo de negócio...